O Ano do Linux chegou…

… ao menos para mim, que comecei a usar diariamente. Esse é um daqueles posts bem diferentes, falando um pouco do SO e dos Aplicativos que estou usando.

Está certo. Esse é mais um daqueles posts bem diferentes do que normalmente faço aqui no Cantinho. Mas sim, o “Ano do Linux” deixou de ser uma piada e se tornou uma realidade. Ao menos para mim.

Essa jornada teve início no começo de 2023, no processo de fazer o tema Kitty para o Blog do Cantinho do Romeo. Eu havia tentado fazer o tema numa hospedagem secundária, mas não deu certo. E nisso lembrei de uma coisa: Dá pra instalar o WordPress no Linux.

Sendo assim, criei uma máquina Virtual com o Debian, instalei o WordPress e comecei a trabalhar no tema. Claro, tive alguns problemas pois o meu Inspiron 5558 já não tinha o mesmo desempenho de sete anos antes, mas mesmo assim consegui fazer esse tema.

E isso foi o suficiente para me empolgar e tentar uma migração para o Linux, por uma curiosidade mesmo e ao longo de 2023, eu sempre colocava a patinha na água e logo voltava para a minha zona de conforto, que era o Windows.

Mas eu sabia que aquilo também não iria poder durar tanto tempo, afinal o meu Inspiron estava fora dos requisitos mínimos do Windows 11. E mesmo que tenha conseguido instalar o Windows 11 burlando os requisitos, eu não iria conseguir atualizar e teria que reinstalar tudo de tempos em tempos.

Com isso, eu precisava atualizar o meu equipamento. E sim eu fiz. No começo de 2024 comprei um Thinkpad L390, e apesar de ter testado o Windows nela por uns dias, vi que seria um pouco difícil usar o Windows: simplesmente o áudio não funcionava no Windows. Com isso, me restava instalar o Linux.

Inicialmente instalei apenas o Ubuntu MATE 22.04 LTS depois foi a vez do Ubuntu 23.10 – que não me aguentei e atualizei para o 24.04 LTS – e por fim instalei o Crystal Linux. Porém, eu estava usando esse notebook menos do que eu queria, pois todos os meus arquivos e todo o meu Fluxo de Trabalho estava no notebook com Windows.

Até que ocorre uma coisa: A tela do meu velho Inspiron começa a falhar. Até o uso ficar insuportável. E cansado de brigar com a tela do meu velho notebook por meses, fiz backup dos meus arquivos do Inspiron e migrei para o meu Thinkpad.

Um Salto de Fé rumo a migração

Com isso, estou tendo que fazer o meu Salto de Fé. Embora que eu esteja numa espécie de Migração para o Linux desde o ano passado, onde comecei a testar as águas, foi somente agora que tive que me lançar ao mar e, provavelmente, sem ter a possibilidade de voltar para a minha Zona de Conforto, pois no meu Thinkpad o áudio no Windows não funcionou.

E além disso, o Hardware do meu Thinkpad é bem mais potente que o do meu velho Dell 5558.

Gnome, o ambiente perfeito pra mim

Dentre todos os ambientes de desktop que eu poderia escolher no Linux, acabei escolhendo o mais diferentão de todos: o Gnome. Eis uma comparação do Desktop do Windows 11 com o Gnome.

Windows 11 (esquerda) vs Gnome (direita): Área de Trabalho.

Esse é um ambiente que sai do padrão dos outros e, apesar disso, é um dos ambientes mais funcionais que eu já usei e que tem um fluxo de trabalho bem diferente do que me acostumei com o Windows. Como para acessar as janelas abertas e os programas instalados, que é pela tela de “Atividades”.

E o que impera no Gnome é o “Menos é mais”, e isso se reflete nos aplicativos nativos desse ambiente. Como no Gerenciador de Arquivos, que é bem minimalista em comparação ao do Windows 11.

Windows Explorer (Esquerda) vs Nautilus (Direita).

Em busca do Kit de Ferramentas no Linux

Para algumas ferramentas que eu tinha, foram bem fáceis de serem encontradas. O XnConvert, XnView MP e o Epson Scan são bons exemplos disso. E eles são praticamente os mesmos da versão do Windows. Embora que tem uma diferença aqui é acolá – como o XnView MP que não tem o acesso rápido ao Scanner e o Epson Scan não tem a pré-visualização dos ajustes do Scanner em tempo real.

Outros tinham alternativas extremamente óbvias, como o OBS Studio que substituiu totalmente o Streamlabs que eu usava no Windows.

E claro, tem aqueles softwares que eu usava no Windows e não existem para o Linux. Para alguns deles, encontrei um substituto, como o PaintTool SAI que substituí pelo Krita. Apesar do Krita ter muitas diferenças em relação ao PaintTool SAI,  consegui ao menos fazer um desenho nele, como esse do Mocha.

Mas para outros está meio difícil de encontrar alguma alternativa. É o caso do Affinity Photo. Tudo bem, eu não usava ele exatamente para editar fotos, mas para criar algumas capas de posts daqui do Blog, as Miniaturas dos vídeos do Canal e para fazer as Referências.

E acabei encontrando no Scribus, um possível substituto. Mas é bem provável que terei que continuar procurando esse substituto.

E claro, tem o Editor de Vídeo. No Windows eu usava o CapCut, mas ele foi ficando cada vez mais pesado para o velho notebook. Provavelmente a minha escolha vai pender para o Pitivi, que é um editor bem simples, naquela vibe do antigo Windows Movie Maker.

Algumas pequenos problemas…

É claro que nem tudo são flores. Há alguns problemas nessa migração, um deles sendo “como diabos eu irei substituir o Affinity Photo/Designer”. Esse é uma problema que realmente terei que resolver, pois apesar de não usar muito a suíte da Serif, eu uso esses programas em algumas coisas do meu dia a dia. Talvez eu resolva esse problema usando programas mais especializados em meu fluxo de trabalho.

Um problema que é chato, mas que eu consegui contornar, é com o OneDrive. Eu uso muito o OneDrive, ele é o meu armazenamento em nuvem principal. No Windows ele funciona maravilhosamente bem, mas no Linux é onde a porca torce o rabo.

Tem quatro jeitos de usar o OneDrive no Linux:

  • OneDrive for Linux: Parece ser um bom cliente, mas ele baixa absolutamente tudo do seu OneDrive para o seu computador. Se você tem muitos espaço em disco e/ou poucos arquivos no OneDrive, isso não é problema. Não é o meu caso.
  • Onedriver: esse é um dos que mais usei nessa migração. É um bom cliente, mas depende demais da conexão com a Internet e, dependendo da conexão, ele pode ser irritantemente lento para abrir as pastas. E só tem pacotes oficiais para o Debian/Ubuntu e OpenSuse/Fedora.
  • Pelo Gnome: o bom é que não preciso instalar nada e consigo acessar os arquivos que foram compartilhados comigo. Dito isso, ele é muito lento, principalmente se as pastas tem muitos arquivos. Estou usando por não ter que instalar nada e funciona em qualquer distribuição Linux.
  • InSync: ouço falar muito bem, mas o duro que ele é 200 pila por conta adicionada. Mas o bom é que só se paga uma vez. E ele baixa os arquivos sob demanda. Porém, contudo, entretanto, todavia, ele só tem versão oficial para Debian/Ubuntu e OpenSuse/Fedora.

Provavelmente o único que me atenderia 100% seria o InSync. Mas até lá, vou contornando as limitações que tenho com a integração do Gnome ao OneDrive. Claro, vou ter que instalar o InSync pelo AUR (Repositório de Usuário do Arch).

E consegui contornar esse problema baixando os arquivos que preciso trabalhar no Onedrive, mexer com eles e depois transferir de volta ao OneDrive. É um processo chato, mas que funciona.

E um outro problema é da minha impressora. Apesar dela funcionar no Linux, ela não tem bem um suporte por parte da Fabricante para o sistema. Talvez eu precise fazer algumas coisas de manutenção pela própria impressora. Ou instalar uma máquina Virtual com Windows e fazer a manutenção dela por lá.

Concluindo…

O Windows acabou me perdendo um pouco por um motivo: O Windows 11. Não que o Windows 11 seja um sistema ruim – muito pelo contrário, o Windows 11 é um excelente sistema – mas a impossibilidade de continuar usando o meu notebook antigo para além de Outubro de 2025 é o que matou a minha vontade de continuar usando o sistema.

Pois eu não pretendia trocar de notebook por causa do Windows. Eu queria usar ele ao máximo, até onde desse para trabalhar com ele. Entendo que a questão é de que muitas vezes um sistema moderno exige um hardware moderno, mas acho que o meu velho notebook ainda conseguiria se dar bem em tarefas básicas.

E teve um outro fator que me fez querer ir para o Linux: respirar novos ares. E isso é muito bom. Eu estava usando somente Windows há 11 anos, desde o Windows 8. E vejo que às vezes é bom mudar um pouco de ambiente para não cair na mesmice.

Mas admito: ir para o Linux não é algo fácil, e que dá pra fazer da noite para o dia. Assim como o Windows, o Linux tem os seus próprios tiques e vários detalhes que são diferentes e bem próprios.

A migração é um processo bem individual, que depende muito do que você vai fazer, do que precisa, das suas necessidades e do que você usa, pois é bem provável que o programa que você usa, não vai ter uma versão para Linux e você terá que buscar por alternativas. E as vezes, a alternativa não vai suprir as suas necessidades. Claro, você vai ter que entender que o Linux não é o Windows é que provavelmente as coisas irão funcionar de uma outra maneira.

Quanto ao Windows? É mais provável que use ele de vez em quando, mas como um estepe ou por causa do Software da Impressora, em que os recursos de manutenção estão no Windows. Ou quem sabe, para usar unicamente o Affinity Photo, caso eu não consiga um substituto viável para ele. Mas para o resto, o Linux me serve muito bem.



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